O
passado dia 10 de setembro foi o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, por
iniciativa da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, em
parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Curiosamente
nesse mesmo dia, tive conhecimento do caso de um homem que se despediu de
várias pessoas dizendo que se ia matar e ninguém o deteve! Acabou por se mandar
para a frente de um comboio tendo ficado todo desfeito. Era jovem, casado e
tinha um filho ainda pequeno. À primeira vista dir-se-ia que tinha toda uma
vida pela frente.
Que mundo é este em que ninguém ouve? Que mundo é este em que ficamos cegos para o sofrimento de quem nos rodeia?
Segundo
dados da OMS, cerca de um milhão de pessoas suicida-se anualmente em todo o
mundo, ou uma a cada 40 segundos. As taxas de suicídio subiram 60% nos últimos
50 anos e esse aumento foi especialmente significativo nos países em desenvolvimento.
Diversos
estudos também mostram que o dia da semana em que ocorre mais suicídios é a 4ª
feira (25%) , em comparação com os 14% que das
segundas-feiras ou os 11% das quintas-feiras. Será o stress do trabalho e os
problemas das rotinas do dia a dia que não se aguentam mais?
Claro que também acontecem chamadas de
atenção e atos de chantagem emocional, “Vou tirar a minha vida se não fizeres o
que eu quero…”. Eu própria já passei por uma situação em que a pessoa simulou
que tinha tomado umas caixas de comprimidos. Confesso que abanei toda e vivi aterrorizada durante um tempo. Durante muito tempo tremia cada vez que chegava a casa com medo daquilo que poderia
encontrar.
E são provavelmente estes atos de
simulação loucos que levam as pessoas a ignorar os casos sérios de quem está
mesmo no limite. Aqueles em que já nada interessa e que se acredita que a vida
não tem nada mais para oferecer. E para estes, talvez uma palavra amiga e um pouco
do nosso tempo possam fazer a diferença de uma vida.
Vale a pena pensar nisto.
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