sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Vitória com sabor a fel


Há vitorias que nos deixam com sabor amargo na boca. Talvez porque sabemos que não são genuínas.

É triste que seja um juiz a dizer a um pai que tem que pagar pensão de alimentos, e que não seja o próprio que sinta que deve dar e o seu contributo para o bem-estar de uma criança. E pelo bem-estar refiro-me ás coisas fundamentais para a sua subsistência, não aos últimos gritos da tecnologia que os miúdos tanto apreciam.

Claro que nunca deixaria que nada faltasse à minha filha, tirava da boca para lhe dar se necessário fosse. E por meio de inumeras atribulações inesperadas e da saúde que me faltou quando não esperava, com esforço consegui dar a volta e manter-me à tona da água. No meio do desgosto ajudaram as inúmeras palavras de apoio de conhecidos e desconhecidos que se inteiravam do assunto.

O sabor amargo deve-se à certeza de que ocorreu um pagamento forçado e não de livre iniciativa… E sei que voltará a acontecer vezes e vezes sem conta se não tiver um travão definitivo da justiça. Há pessoas assim, não são capazes de abdicar dos prazeres mundanos que a vida oferece, mesmo que isso signifique que atrapalham a vida dos outros com as suas escolhas. E todos sabemos que as verdadeiras mudanças têm que vir de dentro, só assim não deixam sabor a fel.

Perdoem-me o desabafo. A tristeza das palavras que acabaram de ler. Mas infelizmente esta é a realidade de milhares de pessoas, e não tinha ideia de quantas passavam por situações destas até começar a ouvir as histórias, umas atrás das outras em que o cenário se repete.

Para todas as que passam por estes tormentos deixo um desejo- haja justiça! 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Em parte incerta


“Em parte incerta”, o novo filme do realizador David Fincher,  leva-nos numa viagem alucinante aos meandros perversos da mente humana e comprova vezes sem conta que nem tudo o que parece, é.

A não perder!

Raquetes e bolas

Outro dia tive uma conversa muito interessante com uma senhora já de certa idade sobre as relações entre os casais. Dizia-me ela “Menina, todas as relações são comparáveis a jogos de raquetes com bola. Temos é diferentes tipos de jogos:

No ténis vulgar por exemplo, os jogadores tentam conhecer o adversário o melhor possível, e tem como objetivo ser mais fortes do que o outro. Assim, ao lançarem uma bola focam-se essencialmente nos pontos fracos do outro de modo a conseguirem pontuar. 

Mas por exemplo um jogo de raquetes de praia o objetivo já é completamente diferente. As coisas correm bem quando a bola não cai e o jogo pode prosseguir. Ganham ambos se jogarem de modo a que o adversário possa apanhar a bola, ou perdem ambos se jogarem de modo a que passem o tempo a apanhar bolas.

As relações são mais ou menos assim. Só valem a pena quando ganham ambos. E numa relação saudável e compensadora deve olhar-se para os pontos fortes do outro e conjuga-los com os nossos.”

Para começar, adoro quando ainda me chamam menina :), mas acima de tudo gostei mesmo desta conversa que achei que contem muitas verdades. E vale a pena pensar que tipos de jogos jogamos…


Podia...

Podia ter tido aquela conversa. Podia ter saído mais cedo do emprego. Podia ter estado presente com os meus filhos. Podia ter treinado. Podia ter agarrado aquela oportunidade. Podia ter pensado em mim. Podia ter pensado primeiro naquela pessoa. Podia ter seguido a minha intuição. Os teus dias são a tua vida em miniatura. Não sabes se vais poder novamente, mas sabes que ao trocares o "podia" por "vou fazer", terás a oportunidade de experienciares a vida no teu dia. O que interessa o poder do julgamento dos outros? O que interessa realmente, é chegares ao final de cada dia e sentir que viveste aquilo que mais valorizas, a tua verdade.


(Mário Caetano)