Está-se em plena contagem decrescente para o grande evento.
Apenas a 24 horas do momento tão esperado- a inauguração do espaço público que
esteve encerrado durante muito tempo para obras de beneficiação geral.
Os eventos nunca correm a 100% como o previsto, mas tenta-se
sempre fazer o melhor, organizar atempadamente os espaços, prever necessidades
para o próprio dia, etc. Hoje deveria ser o dia para pensar em pormenores, mas
a realidade é um pouco diferente. Está tudo muito atrasado, a começar pela
limpeza do espaço.
Uma senhora de meia-idade, loira e bem constituída olhava para
as diversas salas despreocupadamente sem de facto ver o que a rodeava. Apercebo-me
que faz parte de um empresa de limpezas contratada para ter o espaço
devidamente limpo. No entanto, ela própria parece não concordar com a tarefa
para o qual se encontrava no local. E acabo a ouvir esta conversa:
- Está a ver, o chão ainda
está cheio de manchas, as janelas não foram limpas… diz a responsável do espaço mostrando
preocupação pelo atraso dos trabalhos. A reposta não se fez esperar:
- Ora o pó demora 6 meses a
descer, se limpar agora vai-se sujar tudo novamente, não adianta…
- Pois mas a ideia é tirar o
pó do local! Refere
a responsável do espaço já a perder a paciência, e a conversa continua:
- Mas sabe que ele entra
sempre, nunca se acaba com o pó, não adianta.
- Olhe isto tem que estar
tudo limpo no final do dia, tem que ser, ache a senhora que vale a pena ou não
ache! Foi para isso que foi contratada, não foi?!
Longo
suspiro de resignação e lá veio a resposta:
- Pronto se tem que ser!
Então mas fazemos assim, a senhora manda as outras pessoas todas embora para
não andarem a pisar aquilo que eu limpar.
Quase
que se podiam ver os sinos de alarme à volta da responsável. A ideia não lhe
agradava nada… mas a verdade é que se tinham contratado uma firma, a mesma tinha que fazer o trabalho e pronto. A
medo ainda pergunta:
- E a senhora dá conta disto
tudo sozinha?!
- Se me deixarem em paz claro
que dou! Vou almoçar e depois espero poder trabalhar à vontade, sem ninguém
sujar.
Bem com alguma reticência as restantes pessoas, funcionárias do
próprio espaço foram dispensadas, para a Firma de Limpezas contratada executar
o trabalho…
Claro que depois de almoço a funcionária da Firma de Limpezas
não apareceu, e assim lá se telefonou às dispensadas a pedir ajuda porque se
está num verdadeiro contra-relógio.
Da minha parte além de tentar ajudar naquilo que me era
possível, ainda não decidi se esta cena é para rir ou para chorar! Infelizmente
é uma história real… surrealista, quase anedótica, mas aconteceu…
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