segunda-feira, 6 de abril de 2015

Cenas surrealistas de dias comuns


Está-se em plena contagem decrescente para o grande evento. Apenas a 24 horas do momento tão esperado- a inauguração do espaço público que esteve encerrado durante muito tempo para obras de beneficiação geral.
Os eventos nunca correm a 100% como o previsto, mas tenta-se sempre fazer o melhor, organizar atempadamente os espaços, prever necessidades para o próprio dia, etc. Hoje deveria ser o dia para pensar em pormenores, mas a realidade é um pouco diferente. Está tudo muito atrasado, a começar pela limpeza do espaço.

Uma senhora de meia-idade, loira e bem constituída olhava para as diversas salas despreocupadamente sem de facto ver o que a rodeava. Apercebo-me que faz parte de um empresa de limpezas contratada para ter o espaço devidamente limpo. No entanto, ela própria parece não concordar com a tarefa para o qual se encontrava no local. E acabo a ouvir esta conversa:

- Está a ver, o chão ainda está cheio de manchas, as janelas não foram limpas… diz a responsável do espaço mostrando preocupação pelo atraso dos trabalhos. A reposta não se fez esperar:

- Ora o pó demora 6 meses a descer, se limpar agora vai-se sujar tudo novamente, não adianta…

- Pois mas a ideia é tirar o pó do local! Refere a responsável do espaço já a perder a paciência, e a conversa continua:

- Mas sabe que ele entra sempre, nunca se acaba com o pó, não adianta.

- Olhe isto tem que estar tudo limpo no final do dia, tem que ser, ache a senhora que vale a pena ou não ache! Foi para isso que foi contratada, não foi?!

Longo suspiro de resignação e lá veio a resposta:

- Pronto se tem que ser! Então mas fazemos assim, a senhora manda as outras pessoas todas embora para não andarem a pisar aquilo que eu limpar.

Quase que se podiam ver os sinos de alarme à volta da responsável. A ideia não lhe agradava nada… mas a verdade é que se tinham contratado uma firma,  a mesma tinha que fazer o trabalho e pronto. A medo ainda pergunta:

- E a senhora dá conta disto tudo sozinha?!

- Se me deixarem em paz claro que dou! Vou almoçar e depois espero poder trabalhar à vontade, sem ninguém sujar.

Bem com alguma reticência as restantes pessoas, funcionárias do próprio espaço foram dispensadas, para a Firma de Limpezas contratada executar o trabalho…

Claro que depois de almoço a funcionária da Firma de Limpezas não apareceu, e assim lá se telefonou às dispensadas a pedir ajuda porque se está num verdadeiro contra-relógio.

Da minha parte além de tentar ajudar naquilo que me era possível, ainda não decidi se esta cena é para rir ou para chorar! Infelizmente é uma história real… surrealista, quase anedótica, mas aconteceu…

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