quinta-feira, 19 de junho de 2014

O suficiente


É fácil estar com o outro nas férias, em saídas divertidas, com uma bebida fresca de verão para desanuviar. É fácil ter relações superficiais, que permitem manter distâncias higiénicas, em que não se tem que mostrar muito da própria vida e costumes. É fácil ser porreiro nas festas que surgem de vez em quando, nos fins de semana descontraídos, e nos passeios com hora marcada. É fácil ter programas com os bolsos cheios de dinheiro, com as portas a abrirem-se para que se entre em alguns locais…

Difícil é quando surgem as vírgulas, e os pontos de interrogação. Quando se está na mó de baixo e de mau humor. Difícil é optar por estar lá nos momentos de inércia em que tem que se dar um pouco mais de nós para fazer acontecer. Difícil é mostrar as nossas zonas pessoais, aquele mundo tão nosso e das pessoas que nos influenciam e nos fazem ser aquilo que somos. Difícil é contar os tostões para fazer seja o que for mas mesmo assim dar a volta com criatividade…

Impossível é viver um dia sim um dia não como se tivéssemos interruptores para ligar e desligar. Impossível é sentir confiança em relações que existem apenas quando não há nada mais interessante para se fazer. Impossível é sobreviver-se a presenças físicas com almas ausentes, num infinito onde o tudo se funde com o nada…

Porque como em tudo na vida, nas relações também é necessário encontrar-se um equilíbrio. Não se fundirem pessoas com queres diferentes numa só, mas também não deixar dúvidas sobre o lugar que o outro ocupa. E como diziam os Celtas, que nas nossas vidas haja O Suficiente

Sol suficiente para teres uma atitude radiante
Chuva suficiente para que possas apreciar mais o sol
Felicidade suficiente para que mantenhas o teu espírito alegre
Dor suficiente para que as menores alegrias na vida te pareçam muito maiores
Dinheiro suficiente para satisfazer os teus desejos materiais
Perdas suficientes para apreciares o que possuis

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