domingo, 22 de junho de 2014

Equilíbrios



Por vezes o coração diz-nos uma coisa e a cabeça outra. As razões de um e outro são diferentes, argumentam um com o outro, mas nem sempre se conseguem conciliar. Há quem diga que devíamos pensar com o coração e sentir com a cabeça. Eu acho que ia dar ao mesmo, não faria qualquer diferença. Provavelmente o que está em causa é o que sentimos devido às coisas que pensamos. Se não conseguimos mudar o que sentimos, talvez possamos mudar a forma como pensamos. Talvez tenha tudo a ver com onde se põe o foco. E as dificuldades em mudar o foco podem ter a ver com os nossos pilares- as nossas grandes verdades pessoais. Aquelas coisas que são os alicerces das nossas crenças, das nossas atitudes, e da nossa personalidade. Por vezes mudar o foco choca de frente com os nossos pilares.
Racionalizando somos capazes de entender outras perspectivas, outros ângulos de alguma questão. Mas só as conseguimos aceitar com o coração quando estes não chocarem com os nossos pilares.
E podemos mudar os nossos pilares? Na minha opinião é como uma torre do equilíbrio. Podem-se retirar algumas peças, mas à medida que fazemos isso a torre vai ficando fragilizada, até que acaba por cair. As cedências que vamos fazendo são um pouco isto. Se não mexem com os nossos pilares tudo bem, mas se mexem, vão-nos fragilizando até que acabamos por sentir-nos em desequilíbrio. O mesmo com as atitudes que nos magoam e que vamos deixando passar.  Uma peça por si só talvez não faça grande mossa, mas no seu conjunto, tirando peça após peça tudo acaba por ruir. Assim é no jogo e assim somos nós.

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