sexta-feira, 29 de agosto de 2014

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Não esperes por uma crise


Estava de férias, desligada do mundo e arredores quando recebi um telefonema a dizer-me que uma pessoa que muito admiro estava doente e em perigo de vida. Tinha estado com ela há poucas semanas e estava de perfeita saúde pelo que a situação me deixou completamente surpreendida. Pelo que vim a saber nos dias seguintes apanhou um vírus, uma situação banalíssima, que evoluiu de forma galopante para uma quadro clinico mais grave. Durante vários dias temi pela sua vida. Felizmente soube ontem que está a melhorar e o quadro clinico já é mais animador.

Esta situação mostrou-me mais uma vez o quanto a vida é precária. A verdade é que nunca sabemos se vamos estar no fim deste dia como estamos agora. Isto dito assim parece catastrófico, mas se pensarmos bem não decidimos quando e como vamos morrer.

Mas podemos decidir como vamos viver. Esse é o grande presente que nos é dado. E como disse o António Feio numa das suas frases emblemáticas "Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros. Apreciem cada momento. Agradeçam e não deixem nada por dizer, nada por fazer”.

Por vezes até temos segundas hipóteses, podemos voltar a tentar alcançar os nossos sonhos e lutar por eles, dizer aos outros o quanto são importantes para nós, e acrescentar vida aos nossos dias. Mas nunca poderemos voltar atrás no tempo. Nunca poderemos viver o mesmo dia duas vezes.

Por isso não esperes por uma crise para descobrir o que é importante para ti. Não esperes por um crise para fazeres as coisas que andas adiar. E não esperes por uma crise para dizeres a alguém as coisas que gostavas de dizer.

Momentos


A viagem dos 100 passos



A viagem dos 100 passos é uma caminhada pelos sentidos. Uma história sobre gastronomia, paixão e interculturalidade onde impera a rivalidade entre a subtileza e a ousadia. Um filme que dá àgua na boca e aquece o coração, com os condimentos certos na justa medida. E o melhor? Mostrar que o que vale mesmo a pena são aquelas razões que nos levam para os locais onde verdadeiramente pertencemos...


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Obrigado Susana


Estavam milhares de pessoas no local, tudo a procurar um local onde conseguissem ver o grande artista da noite. A luz já estava meio ténue começando a ser visíveis as primeiras estrelas no céu.

De repente uma senhora pergunta-me “És a Regina?” Espanto, surpresa, e um esforço gigante para reconhecer a pessoa que me abordava, mas sem sucesso. Acabo por responder “Sim sou, mas desculpe não estou a reconhece-la”.

“Sou a Susana do lar”. Mais espanto! Mais surpresa! Passaram-se 18 anos desde a ultima vez que nos vimos. “A Susana da secretaria?” pergunto.  “ Sim, eu mesmo, mas já lá não estou… aquela gerência…” E não foi preciso dizer mais. Vi-me num enorme flashback onde recordei os poucos meses onde trabalhei num lar de idosos, das atividades que promovi, das iniciativas que tomei, as exposições que realizei, das tardes de dança e dos passeios pelo parque…  e do quanto a Susana me apoiou para levar aquele grupo de pessoas que estavam há meses, talvez anos, fechados naquele espaço,  num passeio a Fátima com direito a pic-nic e tudo.

Lembrei-me também da forma como saí desse lar, uma discussão acalorada com a gerência porque não concordava com a forma como as pessoas eram tratadas. Fui despedida. Na altura fiquei sem trabalho e sem rendimentos, mas não abdiquei das minhas convicções e daquilo em que acreditava.

Mas parece que o pouco tempo que por ali passei deixou a sua marca, suficientemente forte para me reconhecerem tantos anos depois num local inusitado.

Talvez valha mesmo a pena lutarmos pelas coisas em que acreditamos e por vezes pequenos nadas fazem a diferença. Obrigado Susana por me fazeres recordar isso.